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10 de Fevereiro de 1813

  • Foto do escritor: Lady Whistledown
    Lady Whistledown
  • 10 de fev. de 2021
  • 5 min de leitura

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Ah o casamento! Sonho das matriarcas e pesadelo dos cavalheiros. Poderia haver evento tão contraditório? Quem o inventou certamente tinha a sanidade mental comprometida. Como colocar criaturas tão diferentes sob o mesmo teto? De toda forma, nossa civilizada sociedade parece determinada a manter a tradição viva e portanto chegamos ao primeiro casamento da temporada.


O Sr. Michael Wentworth e a Srta. Mariette Baker (agora Sra. Mariette Wentworth) conheceram-se nessa temporada e o amor encontrou seus corações desprevenidos, visto que a ideia de ficarem separados já não podia mais ser suportada nem por num, nem por outro. Por tanto munidos de seus corações apaixonados (qualquer um naquele casamento podia perceber que eles se casaram por amor, quando um cavalheiro olha para uma dama como o Sr. Wentworth olhava para sua esposa Mariette, não resta dúvidas quanto aos sentimentos envolvidos) eles se uniram no sagrado matrimônio na belíssima Catedral Saint Paul, tendo como padrinhos os irmãos do cavalheiro e como testemunha, as mais destacadas famílias de Londres.


A decoração estava impecável com flores brancas, muitas velas, música de qualidade e a noiva caras leitoras, estava deslumbrante em um belo vestido azul, com um véu quase tão comprido quanto o corredor central da igreja (sinal de muita boa sorte) e adornada com uma tiara peculiar que segundo falaram pertenceu a avó do noivo e foi emprestada pela distinta Lady Eleanor. O noivo estava usando cinza claro, num traje impecável. O fato de não usar preto, lhes garanto, que é mais um sinal de que ele estava apaixonado e não ostentava o luto de sua vida de solteiro.


A recepção aconteceu no belíssimo Jardim Botânico, palco muito romântico visto que a primavera onde nos encontramos possibilitou um lindíssimo espetáculo de cores com suas flores. Excelente também foi a comida servida e devo dar um destaque para as bebidas que são de um novo fornecedor, a destilaria Galach parece ter conquistado o paladar do exigente Duque de Wessex/Standford e a partir do casamento boa parte dos nobres. A destilaria, ao que parece, é genuinamente escocesa fazendo com que essa autora acredite nos elogios rasgados a ela. Não pode vir uma bebida ruim de nosso vizinho ao norte.


Dentre as muitas coisa que aconteceram nesse casamento, que certamente será referência para os próximos quero destacar que:


Lembram de nosso misterioso francês? O mesmo tem um nome, um título além de beleza e ao que parece gosta de dançar. Vossa Graça o Duque Noah Morningstern concedeu a honra de sua companhia a Srta. Aurora Willians.

Lady Evangeline Bree Lawson foi uma das maiores apreciadoras das bebidas Gallach visto que as apreciou bem demais.

Lorde Anthony Windsor e sua irmã Charlotte, únicos da casa Windsor a comparecerem ao evento (alguém mais notou que nossa dama fantasma a Srta Anelise Windsor sumiu outra vez?) foram escutados discutindo nos bancos da Catedral. O motivo da discussão, desconheço, mas foi o suficiente para que a dama em questão saísse com os olhos vermelhos da igreja.

Mas a sorte pareceu se voltar para a Srta Charlotte visto que ela foi a felizarda a pegar o buquê jogado por nossa encantadora noiva. Acredito que tal fato surpreendeu também a dama visto que o buquê quase acertou em cheio seu delicado rosto.


Porém os próximos fatos a serem narrados merecem um espaço só deles visto que são de uma natureza bastante perturbadora para nossa púdica e hipócrita sociedade londrina. O Sr. Callyn Crawford irmão do reservado, elegante e íntegro Lorde Mikhail Crawford, provou que irmãos nem sempre compartilham da mesma opinião sobre honra. Certamente todos aqueles que foram criados no berço da alta-sociedade londrina já ouviram falar sobre a lenda dos pássaros e das abelhas, e o senhor Callyn o levou a sério demais resolvendo protagonizar tal ato entre as árvores atrás da sagrada Catedral Saint Paul.


Ainda me surpreendo com o como os homens podem ser inconsequentes, mesmo aqueles dotados de tão ilustre pedigree - a cortesã que o acompanhava, a Srta Iris Bellini, já não é novo rosto para os cavalheiros mais ousados que certamente já a viram desfilar pelos prostíbulos de Londres. Meus informantes relataram o farfalhar entre as árvores e sons indecorosos, como gatos no cio.


E é com muito pesar que relato que isso se deu sob a luz do sol. Os tempos, caros leitores, já não são mais os mesmos, antes as pessoas faziam questão de esconder suas vergonhas e agora as expõem em solo sagrado - que a rainha tenha misericórdia dessa família, eu certamente não terei, e suponho que a ardilosa sociedade em que nós encontramos também não terá.


Mas nem só de escândalos vive essa autora, embora ela saiba que todos compram esse folhetim pelo puro prazer de ser sobre a desgraça dos outros.


Devo destacar que A Srta Amber Leblanc após ter demonstrado sua clara preferência pelo Sr. Alec Cromwell deixou o jovem Sr. Nathaniel Miracle que recém voltou a cidade de coração partido. Tal fato não é surpreendente, quando se tem um diamante nas mãos não se pode deixá-lo escapar.


Quero destacar também que duas famílias chegaram mais recentemente para a temporada. A família Everglot com sua prole as gêmeas as Srtas Mary Alice e Mary Elizabeth e também o muito agradável Sr. Henry Derwill, Visconde de Farwell.


Mas não poderíamos encerrar nossa coluna sem falar da nossa já conhecida Lady Eleanor, que ao que parece está compensando os 4 anos que deixou de aparecer nesse ilustre folhetim, aparecendo em todas as edições dessa temporada.


A citada dama, junto de seu irmão mais novo o Sr. John Wentworth, foram convidados para um jantar na casa LaFayette. Sim o Sr. Lafayette é o mesmo cavalheiro que foi visto beijando a Srta Anelise Windsor na edição passada. Ao que parece a esta escritora, talvez o senhor LaFayette seja o tipo de homem que prefere ter dois pássaros voando que um na mão. As intenções de tal convite e como eles se conheceram me são obscuras, mas eu arriscaria dizer que um cavalheiro nunca convida uma dama para jantar sem ter alguma intenção para isso. Quais são as aqui envolvidas? Certamente logo vamos descobrir.


Outro viúvo parece fazer parte da vida social dessa dama. O Sr. Mikhail Crawford como quem a mesma já havia sido vista num passeio a cavalo no parque, empregou boa parte da sua noite e sua atenção durante o casamento dos irmãos de Eleanor a ela. Os dois foram vistos em uma vigorosa conversa que parecia agradar ambos. Certamente Mikhail não tinha olhos para outra dama já que quase não se largaram. O que faz com que essa autora se pergunte que tipo de desejo a senhorita Wentworth tem por viúvos.


Mas, caro leitor, não podemos negar que Lady Eleanor é uma mulher bonita, para a idade que tem, por isso o interesse dos cavalheiros nela assim não são injustificados. Tanto o Sr. LaFayette quanto o Sr. Crawford têm dinheiro o suficiente para ignorar o vigoroso dote oferecido por ela, mas quem não deseja ter mais dinheiro não é mesmo?


Ambos os viúvos têm motivos suficientes para fazerem vista grossa às fofocas que envolvem a Senhorita Eleanor. Será que poderemos ouvir os sinos da igreja mesmo depois dos escândalos que agora envolvem as duas famílias?

 
 
 

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